quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Conheça um pouco sobre a história de Paulo Freire


Paulo Reglus Neves Freire nasceu em 19 de setembro de 1921 em Recife. Sua família fazia parte da classe média, mas Freire vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929, uma experiência que o levaria a se preocupar com os mais pobres e o ajudaria a construir seu revolucionário método de ensino.

Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África. Pelo mesmo motivo, sofreu a perseguição do regime militar no Brasil (1964-1985), sendo preso e forçado ao exílio.

O educador apresentou uma síntese inovadora das mais importantes correntes do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. Essa visão foi aliada ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos.

A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo João Goulart.

Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão marxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários, chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base (CEB).

No entanto, a obra de Paulo Freire ultrapassa esse espaço e atinge toda a educação, sempre com o conceito básico de que não existe uma educação neutra: segundo a sua visão, toda a educação é, em si, política.

5 comentários:

wilson disse...

wilson
mestrado no ensino de ciências
A meu ver o ensino hoje no Brasil não tem uma conotação política tão forte como no período dos governos militares.

Anônimo disse...

Terezinha Fatima Martins Franco Brito. Professora (CSA e CES/Duque de Caxias) e Mestranda em Letras e Ciências Humanas, na UNIGRANRIO.

Paulo Freire é um grande nome no cenário educacional. Suas experiências e contribuições para a prática educativa estão sempre atuais, pois sua perspicácia o colocou muito à frente de seu tempo.
Há muitas frases expressivas que expressam o pensamento desse notável educador. Eis algumas:
“Amar é um ato de coragem”.
Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanha pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina.
Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.
Ninguém liberta ninguém. As pessoas se libertam em comunhão.
Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos.
Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado, mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Está é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado.

Natália Xavier Pereira disse...

"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade."

Genial!

Thera disse...

Ao pesquisar sobre Paulo Freire selecionei informações muito importantes e curiosidades fantásticas. Entre frases e pensamentos, que aprecio e utilizo frequentemente em vários trabalhos, selecionei a informação que se segue e representa mais uma das múltiplas facetas desse notável educador:
A flor Dente-de-leão e a identidade visual do Fórum de Paulo Freire
“Após longo processo de pesquisa sobre elementos que pudessem traduzir graficamente os muitos significados e sentidos do Fórum Paulo Freire, deparamo-nos com uma imagem curiosa: a flor Dente-de-leão. Encontramos um sem-número de representações dela: fotos, desenhos, criações diversas, muitas delas, com rico teor poético. Paralelamente à pesquisa de imagens, descobríamos informações a respeito da fenologia, origem, formato, analogias e os usos diversos dessa planta que possui enorme variedade de espécies. A partir de leituras textuais e imagéticas, percebíamos muitas aproximações gráficas e simbólicas com a vida e o legado de Paulo Freire.”
Alegorias da flor com a pedagogia freiriana
“Assim como a educação libertadora, a flor Dente-de-leão não estimula a posse, o apego. Simboliza a liberdade. Ao assoprá-la as pessoas desejam ver suas pétalas se desprendendo e voando livremente. Quando entramos em contato com ela, queremos compartilhar, interagir uns com os outros, experienciá-la. Tal como o ser humano descrito por Freire, a dente-de-leão nos remete às idéias de inconclusão, incompletude e inacabamento. Suas pétalas são sempre irregulares, desfazendo-se com um simples assopro. A exemplo da pedagogia freiriana, cujas sementes se espalham com extrema facilidade, levada pelo vento, germina e adapta-se a inúmeras realidades geográficas no mundo, o que a torna extremamente popular. Em algumas tradições culturais, significa união, tolerância, esperança.”
(Em www.paulofreire.org, acessado aos 08 de abril de 2009)

Terezinha Fatima Martins Franco Brito - Mestranda em Letras e Ciências Humanas (UNIGRANRIO)

Jeanne Barros Antunes disse...

Quando pensamos e mencionamos no nome de Paulo Freire lembra-se logo da “Pedagogia do Oprimido”. Será que mudamos algo quanto à exclusão das classes menos favorecidas ou continua-se na mesmice de atitudes ou criação apenas de projetos de pesquisas? O texto é na verdade uma lembrança de educador que trabalhou para fazer o seu papel dentro do contexto da educação.
Ele costumava a mencionar que ensinar exige ética, moral, estética e querer ensinar não basta ser só professor, não somos detentores do saber e não deve predominar o discurso do docente, porque esse sujeito já vem com uma bagagem e não podemos desperdiça-la, cabe a nossa orientação na reconstrução da melhoria do saber para que esse aluno possa ter a consciência da cidadania dentro dessa sociedade tão competitiva e muitas vezes injusta para os menos favorecidos.

Jeanne (Mestranda em Letras Ciências Humanas - UNIGRANRIO)