terça-feira, 5 de maio de 2009

O velho pedreiro e o professor

O velho pedreiro

Um velho pedreiro que construía casas estava prestes a se aposentar.
Ele informou ao chefe do seu desejo de se aposentar e passar mais tempo com sua família. Ele disse que sentiria falta do salário, mas realmente já tinha cumprido sua missão na empresa e era a hora de parar.
A empresa não seria muito afetada com a saída do velho pedreiro, mas o chefe estava triste em ver um bom funcionário partindo e pediu-lhe para trabalhar em mais um projeto, o último, como um favor.
O pedreiro não gostou, mas acabou concordando. Foi fácil perceber que ele não ficou satisfeito com a ideia. Assim ele prosseguiu fazendo um trabalho de baixa qualidade e usando materiais inadequados, e em alguns momentos, até de segunda mão.
Quando o pedreiro acabou, o chefe veio fazer a inspeção do projeto terminado. Era uma casa. Sem pestanejar, entregou-lhe as chaves e disse: "Esta é a sua casa. Ela é meu presente para você."
O pedreiro ficou muito surpreendido. Que pena! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito tudo diferente...

Autor desconhecido

Este texto leva-nos a reflexão, nós, os atores desta educação moderna. As metáforas inseridas podem e são perfeitamente aplicadas em nossas posturas didático-pedagógicas, em nossas salas de aula, em nosso cotidiano. Em nossa vida.
Quando o professor, pelos mais diversos motivos, não proporciona um educação de qualidade ao seu aluno, as consequências deste "ato falho" eclodirão no futuro em forma de mais desajuste social, mais conflitos de identidade, mais inversão e/ou omissão de valores.
Por outro lado, há também outros atores que simplesmente não participam, ou melhor, participam omitindo-se. Preferem "fazer a sua parte", não faltam, não discutem, não reivindicam, são burocráticos. Apenas estão ali alimentando a máxima do "professor-sofredor", que ganha mal e trabalha muito.
É necessário re-construir, re-fazer a formação inicial, as bases têm e devem adotar outro discurso, lançar outro olhar sobre o que querem para si, para seus alunos, para sua escola, sua comunidade, sua cidade, seu país, seu planeta. E aqueles que já estão atuando nesta peça devem mudar seu roteiro, o cenário da vida, o ensaio. Será um bom começo nesta nova ordem sócio-tecnológica.

E você, como está construindo sua casa?

Sergio Batista - Mestrando em Letras e Ciências Sociais

4 comentários:

Jeanne Barros Antunes disse...

Esse texto nos leva a refletir a questão que educar não foi feito para todos, só para aqueles que desejam e se manifestam com prazer de ser professor não se restringe apenas ao fato da transmissão de conhecimento. Abrange outros aspectos, como, por exemplo, o contato com os alunos, que, por um lado, evidencia também o prazer neste contato, o que por vezes é justificado pela idéia de realização da cidadania.
Ser mestre por ofício e amor. Na atual sociedade, promover a “educação de qualidade” não é fácil; e não é para qualquer um! Podemos considerar Educação, como a promoção do desenvolvimento da capacidade intelectual e moral de uma pessoa.
A educação é um processo que envolve o desenvolvimento de todas as características humanas, podendo ser também considerada como cortesia, respeito, conhecimento e atitude. Atualmente, a educação está ligada com conhecimentos. O conhecimento não tem barreiras, é a vontade própria que está movendo as pessoas cada vez mais próximas da educação.
Nesse texto o pedreiro estava trabalhando para cumprir sua obrigação como trabalhador e não com amor é o que acontece muito em nossa sociedade. Mas para que todas as razões acima, como respeito mútuo, justiça. Solidariedade, igualdade sejam obedecidos, é preciso, sem dúvida de um sistema educacional eficaz, não de mentira e não ficar apenas teorizado, hoje se observa cada vez mais as pessoas não terem um comprometimento em se doar ao próximo sem esperar alguma compensação, deve-se lembrar das nossas professoras de outrora, devemos está apaixonados e encantados com a nossa profissão. Não devemos ver essa educação como uma utopia e sim uma mudança para as classes mais populares, porém é importante ressaltarmos que uma educação de qualidade serve para condições básicas e essenciais para a convivência em grupo, seja familiar, social e no sucesso profissional! Educar não é algo para se guardar e sim a construção de uma cidadania.
Jeanne Barros Antunes (Mestranda em Letras e Ciências Sociais – UNIGRANRIO)

Marcelo Lopes disse...

De fato, transmitir conhecimento é como construir. E, está implícito em nossa sociedade a necessidade de construção. Edificação de caráter sobre os fundamentos do amor e da consideração. Mais do nunca percebemos como conceitos como família e cidadania tem sido demolidos por aí, deixando nossos jovens aprendizes sem um lugar seguro e sem referencial...
Professores são nossos motivadores na busca por uma sociedade mais profícua. www.shellopes.blogspot.com
Não estudante no momento.

Sergio disse...

Jeanne, está na hora, ou melhor, passou da hora do professor re-organizar e re-fazer suas leituras. Cito sempre o professor porque ele, se quiser, é a primeira força transformadora de uma sociedade e não está assumindo seu papel, por diversos motivos, alheios ou não.

Sergio disse...

Marcelo, e forças poderosíssimas estão massacrando este profissional tão importante para a sociedade. É ele que motiva ou desmotiva o aluno, é o bom e o mau exemplo, é o caminho certo ou errado. Já percebeu que todos tiveram um professor?
Vamos resgatar este ser humano desta encruzilhada nefasta promovida pelo estado X capital.