terça-feira, 12 de maio de 2009

Sim, minha mãe me ensinou...

Recebi este texto da Terezinha e gostaria de compartilhá-lo com vocês. Por favor, respondam.

Amigos,

Acabei de receber essa mensagem, cujo teor pode parecer radical, mas muito pertinente nesses tempos de adolescentes sem limites, frutos de uma educação permissiva. Até me provarem o contrário e me mostrarem o saldo positivo que ainda não apareceu, sou a favor dessa educação que ficou lá no fundo do tempo, quando os pais simplesmente assumiam o seu papel.

Sim, minha mãe me ensinou. . .

Minha mãe ensinou a VALORIZAR O SORRISO...
'ME RESPONDE DE NOVO E EU TE ARREBENTO OS DENTES!'

Minha mãe me ensinou a RETIDÃO...
'EU TE AJEITO NEM QUE SEJA NA PANCADA!'

Minha mãe me ensinou a DAR VALOR AO TRABALHO DOS OUTROS...
'SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO PRA FORA. ACABEI DE LIMPAR A CASA!'

Minha mãe me ensinou LÓGICA E HIERARQUIA...
'PORQUE EU DIGO QUE É ASSIM! PONTO FINAL! QUEM É QUE MANDA AQUI?'

Minha mãe me ensinou o que é MOTIVAÇÃO...
'CONTINUA CHORANDO QUE EU VOU TE DAR UMA RAZÃO VERDADEIRA PARA VC CHORAR!'

Minha mãe me ensinou a CONTRADIÇÃO...
'FECHA A BOCA E COME!'

Minha mãe me ensinou sobre ANTECIPAÇÃO...
'ESPERA SÓ ATÉ SEU PAI CHEGAR!'

Minha mãe me ensinou sobre PACIÊNCIA.....
'CALMA... QUANDO CHEGARMOS EM CASA VOCÊ VAI VER SÓ...'

Minha mãe me ensinou a ENFRENTAR OS DESAFIOS...
'OLHE PARA MIM! RESPONDA QUANDO EU TE FIZER UMA PERGUNTA!'

Minha mãe me ensinou sobre RACIOCÍNIO LÓGICO...
'SE VOCÊ CAIR DESSA ÁRVORE VAI QUEBRAR O PESCOÇO E EU VOU TE DAR UMA SURRA!'

Minha mãe me ensinou MEDICINA...
'PÁRA DE FICAR VESGO, MENINO! PODE BATER UM VENTO E VOCÊ VAI FICAR ASSIM PARA SEMPRE!'

Minha mãe me ensinou sobre o REINO ANIMAL...
'SE VOCÊ NÃO COMER ESSAS VERDURAS, OS BICHOS DA SUA BARRIGA VÃO COMER VOCÊ!'

Minha mãe me ensinou sobre SEXO...
'... E COMO VOCÊ ACHA QUE VOCÊ NASCEU?'

Minha mãe me ensinou sobre GENÉTICA...
'VOCÊ É IGUALZINHO AO SEU PAI!'

Minha mãe me ensinou sobre minhas RAÍZES...
'TÁ PENSANDO QUE NASCEU DE FAMÍLIA RICA É?'

Minha mãe me ensinou sobre a SABEDORIA DE IDADE...
'QUANDO VOCÊ TIVER A MINHA IDADE, VOCÊ VAI ENTENDER.'

Minha mãe me ensinou sobre JUSTIÇA...
'UM DIA VOCÊ TERÁ SEUS FILHOS, E EU ESPERO ELES FAÇAM PRÁ VOCÊ O MESMO QUE VOCÊ FAZ PRA MIM! AÍ VOCÊ VAI VER O QUE É BOM!'

Minha mãe me ensinou RELIGIÃO...
'MELHOR REZAR PARA ESSA MANCHA SAIR DO TAPETE!'

Minha mãe me ensinou o BEIJO DE ESQUIMÓ...
' SE RABISCAR DE NOVO, EU ESFREGO SEU NARIZ NA PAREDE!'

Minha mãe me ensinou CONTORCIONISMO...
'OLHA SÓ ESSA ORELHA! QUE NOJO!'

Minha mãe me ensinou DETERMINAÇÃO.....
'VAI FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER TODA COMIDA!'

Minha mãe me ensinou habilidades como VENTRÍLOQUO...!
'NÃO RESMUNGUE! CALA ESSA BOCA E ME DIGA: POR QUE É QUE VOCÊ FEZ ISSO?'

Minha mãe me ensinou a SER OBJETIVO...
'EU TE AJEITO NUMA PANCADA SÓ!'

Minha mãe me ensinou a ESCUTAR...
' SE VOCÊ NÃO ABAIXAR O VOLUME, EU VOU AÍ E QUEBRO ESSE RÁDIO!'

Minha mãe me ensinou a TER GOSTO PELOS ESTUDOS...
'SE EU FOR AÍ E VOCÊ NÃO TIVER TERMINADO ESSA LIÇÃO, JÁ SABE!!!'

Minha mãe me ajudou na COORDENAÇÃO MOTORA...
'JUNTA AGORA ESSES BRINQUEDOS! PEGA UM POR UM!!'

Minha mãe me ensinou os NÚMEROS...
VOU CONTAR ATÉ DEZ. SE ESSE VASO NÃO APARECER, VOCÊ LEVA UMA SURRA!'

Esta era a educação dos velhos tempos, hoje tão condenada pelos advogados, psicólogos e pedagogos, mas funcionava. Forjou homens de têmpera, respeitadores, honestos e patriotas.
A educação moderna deu no que deu: pessoas de moral fraca, mal-educadas, corruptas e que, via de regra, adoram se pendurar num cargo do governo ou num partido político.

E que me desculpem os modernos pedagogos, mas isso é o que eu penso, resultado do que vejo, ouço, vivencio, diariamente, em minha prática docente.


Eu respondi:

Terezinha, não peça desculpas. Você, eu e milhões de pessoas pensamos igual. A modernidade, o excesso de teorias, a falta de limites e a inversão e/ou a ausência de valores estão criando um homem vazio, hipócrita, superficial. Minha mãe me batia todos os dias, sempre por um motivo diferente. Eu brincava de bolinha de gude, carrinho de rolimã, com latas, pique, jogava futebol... e nem por isso fiquei traumatizado, precisei de psicólogo e nem virei viado.
Por estas e outras que não estranho mais ao ouvir as pessoas dizerem que sentem saudade da ditadura...

Sergio Batista

6 comentários:

Marcelo Lopes disse...

É verdade, Prof. Sergio. Pais sempre ensinaram e vão continuar ensinando seus filhos, independentemente da cultura ou época.Verdadeiro também é que muitas das suas ações tem influência direta nas reações e atitudes de seus filhos. Isto é tão instintivo que nem toda a força educacional - e danosa - dos meios de comunicação atuais tem maior influência sobre eles.
Vemos famílias - a célula mater - se destruturando porque filhos se rebelam contra autoridade de seus pais. Chamam de liberdade sua insana anarquia, até que começam a receber do mesmo fruto quando se tornam pais. Pais oprimidos geram filhos psicopatas e ciumentos.
O quadro é realmente lamentável, meu amigo, contudo não fique desestimulado com a miséria moral que estamos metidos pois sua crucial participação no resgate da cidadania ainda é uma das boas notícias que podemos ouvir.
Cabe então, cada um de nós investimos todo o nosso esforço nesta luta desigual, porém prioritária.Tenha um bom trabalho e que Deus nos abençoe.

Sergio disse...

Marcelo, nós precisamos resistir bravamente contra este ataque nefasto das teorias modernas. Não sou incitador de rebeliões e nem pretendo incutir minhas ideias nos outros. O que defendo é uma reação daqueles que são do bem, uma reação rápida e profunda, pois ser honesto, correto e educado é visto com desdém nesta sociedade consumista, niilista e antropofágica.

Thera disse...

Sou professora há 30 anos e sempre tratei meus alunos que respeito, esperando deles o mesmo. Nos últimos anos, tratar aluno com respeito tem sido interpretado por eles como "professor bonzinho"; eles acham que para "botar moral" tem que ser autoritário, ameaçar tirar pontos, colocar fora de sala, essas coisas. O pior é que alguns colegas usam esse discurso em sala de aula: prefiro ser vista como "megera" a ser vista como "boboca"! E os alunos temem esse professor, ficam "pianíssimos" nessas aulas e acham que isso é que é moral. Há uma enorme inversão de valores na sociedade contemporânea. Onde isso vai parar?

Sergio Batista disse...

Terezinha, onde vai parar nós sabemos. A dúvida é: o que fazer?
É responsabilidade só nossa, só da escola? Como incutir nos pais a ideia de amor verdadeiro, participativo, parceiro, honesto e... algumas vezes, doloroso?
Dizer não dói. Todavia, é necessário.
Quanto a ser megera, não se preocupe. Eles gostam da professora megeramente boa.

Thera disse...

Amigos,

A verdade é que nós professores temos enfrentado situações muito desafiadoras devido a esses novos modelos de educação familiar. A escola tem estado meio "perdida" quanto às atitudes que podemos adotar quanto a esses dasfios, pois temos alunos sem limites, alunos com diversos transtornos, etc. Quando formam-se professores não somos preparados para lidar com tantas diversidades. Infelizmente, os cursos de pedagogia e licenciaturas não oferecem esses "enfoques" quanto às dificuldades que temos que enfrentar em nosso cotidiano escolar. Creio que deveria existir, talvez, um nova disciplina que trate dos transtornos emocionais (TDA e suas comorbidades, o BULLYING, que compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que tanto nos angustiam, os pais que se separam, as situações de violência que as crianças vivenciam em suas comunidades e as deixam inseguras quanto ao futuro e reagem mal à aprendizagem... Enfim, nós que lidamos com essa realidade temos nos sentido impotentes. Além disso, há um desequilíbrio de poder entre direções, coordenações e professores. São difíceis para nós as atitudes que precisam ser tomadas quando vemos que nos alunos agem com os demais colegas no sentido de:Colocar apelidos, Ofender, "Zoar", Encarnar, Humilhar, Fazer sofrer, Discriminar,Excluir,Isolar,Ignorar,
Intimidar,Perseguir,Assediar,Aterrorizar, Amedrontar, Tiranizar, Dominar,Agredir, Quebrar pertences... E a lista pode ser maior... Isso nos deixa sem como saber as atitudes a ser tomadas porque os pais trazem diagnósticos médicos de que a criança tem algum problema que está sendo acompanhado; ou que a família enfrenta doenças, separações, problemas financeiros, situações de risco, enfim, sempre "justificam" as atitudes dos filhos e querem que nós saibamos contornar essas situações; outros são casos de falta de limites, mesmo. A coordenação dificilmente se posiciona; a direção precisa de alunos... Portanto, cabe a nós sabermos agir diante dos problemas que surgem no di-a-dia. Não é fácil.
(Mestranda em Letras e Ciências Humanas - UNIGRANRIO)

cora disse...

Quando o professor encontra certa rebeldia no aluno é preciso descobrir um caminho para melhorar essa relação, sem a autoridade excessiva, sem ameaças porque não é fácil educar hoje em um mundo que nos transforma a cada dia. Se o aluno chega na escola sem limites, sem as regras básicas de conduta, a escola deve procurar através da afetividade, do diálogo e da tolerância desenvolver no comportamento do aluno as regras de convivência no ambiente escolar. Urge assim repensar as práticas educativas que estão sendo aplicadas em nossas escolas e que ainda reproduzem modelos autoritários e de dominação.